MPF pede providências contra megaincêndios que já destruíram mais da metade da TI Anambé, no Pará
Órgão fez diversos pedidos a órgãos públicos sobre a atuação, a proteção dos indígenas e a investigação criminal, já que há suspeita de que fogo t...
Órgão fez diversos pedidos a órgãos públicos sobre a atuação, a proteção dos indígenas e a investigação criminal, já que há suspeita de que fogo teria começado em fazenda vizinha à área indígena. Indígenas recebem doações - saiba como ajudar. Fogo atinge a TI Anambé há mais de uma semana. Reprodução / redes sociais O Ministério Público Federal (MPF) cobrou de órgãos públicos informações sobre providências para combater megaincêndios na Terra Indígena (TI) Anambé, em Moju, no nordeste do Pará. O fogo começou no dia 28 de outubro e já destruiu mais da metade da TI. A suspeita é de incêndio criminoso em uma fazenda vizinha à TI. De acordo com o MPF, dados coletados foram encaminhados para análise da área da instituição responsável pela abertura de investigação criminal ambiental. Enquanto isso, a comunidade indígena está acampada no limite do território, buscando conter as chamas e com escassez de alimentos e água potável, segundo informações coletadas pelo órgão ministerial. Lideranças Anambé afirmam que a quantidade de brigadistas do Corpo de Bombeiros é insuficiente. Os indígenas também têm atuado para conter o fogo, mesmo sem equipamentos e capacitação adequados. Os relatos apontam ainda que o clima seco e a vegetação da mata contribuíram para a rápida propagação das chamas. Os pedidos O procurador da República Oswaldo Poll Costa solicitou a órgãos públicos as seguintes informações: ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e ao Corpo de Bombeiros Militar do Pará: quais ações de combate ao incêndio estão sendo adotadas, incluindo o número de brigadistas e equipamentos enviados à região. Ao Ibama também foi solicitada a avaliação preliminar dos danos causados à fauna e à flora; à Diretoria de Licenciamento do Ibama: as condicionantes para prevenção e combate a incêndios florestais nos licenciamentos ambientais de empresas do setor elétrico Equatorial e Eletronorte, na extensão que compreende a implantação de linha de transmissão de 500 kV Tucuruí/Vila do Conde – 3º Circuito; à Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai): medidas adotadas para prestar assistência aos indígenas afetados, incluindo o fornecimento de água potável, alimentos, medicamentos e outros itens de primeira necessidade; à Coordenadoria Estadual de Defesa Civil do Estado do Pará e à Defesa Civil do Município de Moju: providências para garantir a segurança e o bem-estar da comunidade indígena, especialmente no que diz respeito à segurança alimentar. à Coordenação Regional do Baixo Tocantins da Funai: manifestação sobre a inclusão da TI Anambé no Programa de Brigadas Federais Indígenas do Ibama/Prevfogo de 2024. à Polícia Federal: diligências na área com o objetivo de apurar suspeitas de que o incêndio tenha se originado em uma fazenda vizinha à TI. O Corpo de Bombeiros já havia informado, em nota, que "atua com equipes especializadas em diferentes frentes na área do município de Moju". O g1 Pará também procurou todos os outros órgãos citados pelo MPF e aguardava resposta até a última atualização da reportagem. Indígenas da TI Anambé ajudam no combate aos focos de incêndio na comunidade reprodução / redes sociais TI Anambé pede socorro A Terra Indígena (TI) Anambé tem tamanho de 8 mil campos de futebol. É composta pelas aldeias Mapurupy, Yrapã e Yetehu - localizada no alto rio Cairari, no município de Moju, na região nordeste do Pará. São cerca de 200 indígenas residindo na reserva, segundo dados do Terras Indígenas Brasil. Com o avanço da queimada na área onde há a produção de alimentos e a densidade da fumaça coloca em risco a saúde dos indígenas, principalmente crianças e idosos, que continuam no local. O acesso aos recursos essenciais, como água e alimentação, está cada vez mais escasso, segundo os indígenas. Uma campanha de doação foi organizada pelos próprios indígenas na tentativa de amenizar os impactos negativos das queimadas na localidade. Os moradores estão precisando de materiais como: água mineral alimentos não perecíveis itens de higiene pessoal equipamentos de apoio de brigada de incêndio As doações podem ser feitas de forma presencial, na Rua Gonçalves Ferreira, 471, no bairro do Telégrafo, em Belém. É possível também entrar em contato com uma das representantes da TI de Anambé, Danielle Anambé, pelo número (91) 99921-2790.